O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, negou nesta sexta-feira (1º) a possibilidade de transferir a sede do evento climático de Belém, no Pará, mesmo após pressão de delegações estrangeiras devido ao alto custo da hospedagem. Segundo Lago, apesar das dificuldades apontadas, “não vamos nos mudar” e as negociações seguem para garantir condições viáveis a todos os participantes.

Em resposta à crise, a organização da COP30 informou que lançou uma plataforma de hospedagem coordenada pela ONU, voltada inicialmente aos 98 países em desenvolvimento e insulares, com diárias de até US$ 220. Em etapas futuras, o sistema deve ser aberto aos demais grupos, incluindo imprensa e observadores, com valores máximos de US$ 600. A ideia é contemplar opções como hotéis, aluguel por temporada e navios.

A situação gerou preocupação entre países de menor renda, que temem não conseguir participar do encontro devido aos custos elevados. Em reunião de emergência na ONU, representantes entregaram carta questionando a capacidade de Belém receber o evento. O governo brasileiro se comprometeu a apresentar um relatório sobre o tema até o dia 11 de agosto.

Apesar das dificuldades, André do Lago garantiu à imprensa internacional que está trabalhando para solucionar o impasse. “Vamos garantir que todos possam vir a Belém”, afirmou. O governo federal já havia tentado, em abril, firmar acordo com hotéis para evitar preços abusivos, mas a proposta ainda não foi formalizada.