Flávio Bolsonaro ataca Moraes após ministro citar traição à pátria e 'pseudopatriotas'

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a criticar Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (1º), após o magistrado rebater publicamente as sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra ele. As declarações de Flávio ocorrem no mesmo dia em que Moraes acusou “pseudo-patriotas” de tentar submeter o STF a interesses estrangeiros para barrar ações penais contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em publicação no X (antigo Twitter), Flávio afirmou que não há “devido processo legal e imparcialidade” nos inquéritos conduzidos por Moraes contra seu pai e seu irmão, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “NÃO HÁ transparência, há vazamentos seletivos para destruir reputações e promover linchamentos públicos. Processo viciado e integralmente maculado. Por muito menos, mas muuuuuuito menos, Lula foi descondenado… mas contra Bolsonaro vale tudo!”, escreveu o senador.
Poucas horas antes, Moraes havia classificado de “covardes e traiçoeiras” as tentativas de pressionar o Supremo via influência internacional. “Estamos vendo diversas condutas dolosas e conscientes de uma organização criminosa que age de maneira covarde e traiçoeira, com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do STF ao crivo de autoridade estrangeira”, disse o ministro, em referência indireta a Eduardo Bolsonaro, que vive nos EUA desde fevereiro. Ele acrescentou: “Acham que estão lidando com milicianos, mas estão falando com ministros da Suprema Corte brasileira”.
Moraes também garantiu que as investigações seguirão normalmente, ignorando as sanções americanas. “Esse relator vai ignorar as sanções que lhe foram aplicadas e continuar trabalhando como vem fazendo tanto no plenário como na Primeira Turma, sempre de forma colegiada, diferentemente das mentiras, das inverdades, da desinformação”, declarou durante a abertura do semestre do STF.
As sanções foram determinadas na quarta-feira (30) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com base na Lei Magnitsky. As medidas preveem bloqueio de bens e proibição de transações financeiras em território americano. A decisão gerou forte reação no Brasil, com manifestações de apoio a Moraes por parte de ministros do STF, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de parlamentares, que defenderam a soberania brasileira e a independência do Judiciário.
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